Fernando Pessoa - Análogo
Análogo
Junta
las manos y reza...
Está
en el aire tu rezar...
El
alma la siento presa
en
donde está tu pensar...
No
existe la capilla,
más
sí la paz de creerte
solo,
rezando en ella,
y
el yo soñarte es verte...
Nada
de esto es cierto...
Sonríes.
Y
cercanas, en suspenso,
nubes
hay, y sus perfiles...
A
todos desconozco,
a
todos amo...
En
la bruma me olvido
y
por mí clamo...
Pero
ya cesó el canto
que
me hizo soñar
este
encanto...
Déjame
no encontrarte...
[24-7-1916]
Original:ANÁLOGO // Junta as mãos e reza... / Há no ar tu rezares... / Sinto a alma presa / Do que (tu) pensares... // Não há a capela / Mas há a paz de crer-te / Só, rezando nela, / E eu sonhar-te é ver-te... // Nada disto é certo... / Sorris / E pairam perto / Nuvens de perfis... // Todos desconheço / A todos amo... / Na bruma me esqueço / E por mim chamo... // Mas cessou o canto / Que me fez sonhar / Este encanto... / Deixa-me não te achar...
Otras
fuentes:
Pessoa,
Fernando. Poesia 1902-1917, Assírio
& Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine,
2005
Comentarios