[El último año de Pessoa(s); día 36]
[El último año de
Pessoa(s); día 36]
4/1/1935
Poemas y
fragmentos heterónimos - Álvaro de Campos
*
* *
Yo,
yo mismo...
Yo,
lleno de todos los cansancios
cuantos
el mundo puede dar.
–Yo–...
Todo
en últimas, porque todo es yo,
e
incluso las estrellas por lo que parece,
han
salido de mi mochila para deslumbrar niños...
Qué
niños, no lo sé...
Yo...
¿Imperfecto?
¿Incógnito? ¿Divino?
No
lo sé...
Yo...
¿Tuve
un pasado? Sin duda...
¿Tengo
un presente? Sin duda...
¿Tendré
un futuro? Sin duda...
Puede
que la vida pare dentro de poco...
Pero
yo, yo...
Yo
soy yo,
yo
permanezco yo,
Yo...
Fernando Pessoa, 4-1-1935
Traducción de Carlos
Ciro
Eu, eu
mesmo...
Eu, cheio de
todos os cansaços
Quantos o
mundo pode dar.—
Eu...
Afinal tudo,
porque tudo é eu,
E até as
estrelas, ao que parece,
Me saíram da
algibeira para deslumbrar crianças...
Que crianças
não sei...
Eu...
Imperfeito?
Incógnito? Divino?
Não sei...
Eu...
Tive um
passado? Sem dúvida...
Tenho um
presente? Sem dúvida...
Terei um
futuro? Sem dúvida...
A vida que
pare de aqui a pouco...
Mas eu,
eu...
Eu sou eu,
Eu fico eu,
Eu...
*
* *
Comentarios
Nesse poema, por que você traduziu "Afinal tudo, porque tudo é eu" por
"Todo en últimas, porque todo es yo" e nao "en fin...". É uma pergunta desde a minha ignorância. Eu sou sòmente um amante de Pessoa.